segunda-feira, 30 de maio de 2011

Diario de bordo

Então eu levanto e começo a caminhar e o vento frio contra o rosto me parecia bastante agradável e meus pés estavam seguindo a tendência de manter as coisas em movimento enquanto ninguém entende o que estou fazendo, mas também ninguém liga, a essa altura, minha habilidade de me manter concentrado na mesma coisa já tinha ido pro espaço fazia umas duas voltas beirando a quadra, se bem que saber em que volta eu estava não mostra importância, embora ainda dedicasse atenção em ficar alterando de horário para anti-horário o sentido da minha caminhada, a vontade de conversar se mostrava presente nas vezes que eu passava pelo mesmo ponto e ouvia as mesmas vozes discutindo assuntos aleatórios, então prefiro guardar meus pensamentos na minha cabeça que se movia numa velocidade estranha, meu maxilar estava rígido, pressionando dente contra dente e eu acho que ele não se moveria de primeira tentativa e qualquer intenção de comunicação se transformava num grunhido oco e numa fitada de olhos desatentos, engulo saliva e ela se arrasta seca, me lembrando da fumaça, da vodka e do vomito e novamente o vento se mostra e eu afundo as mãos nos bolsos da calça que pouco ajudam, me pego por um instante olhando o céu e reconheço uma constelação de inverno e as variadas tonalidades escuras do céu, respirar também já tinha voltado para o automático e o ritmo dos meus tênis batendo no chão da quadra vai ficando sem querer marcado mentalmente enquanto me prendo aos detalhes da rota que eu estava fazendo e troco o sentido, mesmo sob a luz fraca ainda podia ver as linhas e a diferença entre os quadrados do chão, acredito que o sono tenha vindo nas voltas anteriores, a luz do banheiro da casa ao lado, que estivera acesa deis de a nossa chegada me lembrava da sua existência a cada volta anti-horária por mais que eu a tenha ignorado algumas vezes, escuto alguém me chamando e isso me faz encurtar a ultima volta e me perguntar se foi a primeira vez que tivessem me chamado, acho que é hora de ir para casa.

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